Com toda a certeza, a tragédia de Brittany Murphy é uma das mais confusas e controversas envolvendo celebridades prematuramente falecidas. Para piorar, Brittany deveria ter sido a última pessoa que pudéssemos cogitar morrer cedo, pelo seu dinamismo e modernidade que faz com que, provavelmente, seu espírito, mesmo no além, esteja bastante atualizado com o que ocorre hoje em dia no mundo.
A título de comparação, Brittany talvez esteja melhor informada sobre fatos envolvendo os EUA de 2010 até hoje - dos casos Wikileaks e Edward Snowden ao escândalo das fotos nuas de atrizes (envolvendo até Kirsten Dunst, colega de Brittany em Lindas de Morrer (Drop Dead Gorgeous) e Matemática do Diabo (Devil's Arithmetic)), passando pelo Occupy Wall Street - do que muita funqueira brasileira metida a ativista.
Outro agravante é que Brittany virou prisioneira de sua própria tragédia. Nela há teses conflituosas, confronto de interesses, e o falecimento da adorável filha de Sharon Murphy e Angelo Bertolotti só fez piorar a já tumultuada relação do ex-casal.
Há teses conflituosas e contraditórias. Brittany era drogada? Brittany Murphy se suicidou? Ela faleceu de "causas naturais"? Ela foi morta por algum conspirador? Ou teria sido Simon Monjack que matou a própria esposa? Ou seria algum inimigo de Simon que matou Britt e depois o marido dela por algum ajuste de contas? A Máfia ou a CIA estavam por trás dessa tragédia?
Tudo isso vai contra aquele jeito alegre e vivaz que marcou Britt e ficamos imaginando se o casamento dela com Simon é que teria influenciado fatos estranhos, dos quais não sabemos com certeza, que de um modo ou de outro contribuíram para a indesejada tragédia de uma atriz que estaria fazendo um monte de coisas nos últimos quatro anos.
E aí vem o filme biográfico e não-autorizado sobre a atriz, The Brittany Murphy Story, quando nem livro biográfico chegou sequer a ser publicado, e ainda há uma controvérsia entre a mãe Sharon e o pai Angelo sobre que forma teria morrido a filha deles.
O filme foi escrito por Peter Hunkizer e Cynthia Riddle a partir de reportagens sobre a atriz e dirigido por Joe Menendez, diretor de seriados da Nickelodeon e que havia dirigido um episódio de From Dust to Dawn: The Series, projeto de Robert Rodriguez, o mesmo que co-dirigiu o primeiro Sin City, que teve Brittany num dos episódios.
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Apesar desse detalhe do diretor e do fato da Lifetime que co-produziu o filme ser a mesma que lançou Nora Roberts Tribute, um dos últimos filmes de Britt, o resultado do filme, segundo muitos, está bem longe de representar fidelidade à biografia da atriz.
Em primeiro lugar, porque a aparência de Amanda Fuller nada ter a ver com Brittany - apesar de, provavelmente, Amanda poder conquistar a simpatia da própria Britt - e a história do filme foi muito mal escrita, parecendo um roteiro escrito às pressas, talvez para lembrar os cinco anos de falecimento de Brittany.
Em segundo lugar, porque a forma com que narrou a tragédia de Britt é bastante controversa e sensacionalista. Essa tese não agradou sequer Angelo Bertolotti, que já havia alimentado a mídia sensacionalista com sua tese de um "complô" contra Brittany e Simon. Angelo achou o filme falso, além de horrível e feito sem autorização.
Angelo não gostou do elenco do filme, classificando-o como atrocidade. Podemos inferir que Amanda Fuller é uma boa atriz, mas ela não é como Brittany havia sido. Angelo também não gostou da informação de que ele teria abandonado a filha aos dois anos, embora seja esta a tese defendida por Sharon Murphy, que, porém, também não teria autorizado a produção do filme.
Vários portais de celebridades também falaram mal do filme, sobretudo por conta das perucas dos atores, dos péssimos diálogos, do enredo sensacionalista e do fato de que, para os padrões da Lifetime, o filme é pior do que muitas produções pornográficas amadoras.
O que se sabe é que Brittany Murphy não teve um casamento feliz, se envolvendo com Simon Monjack que já tinha "ficha suja" na Inglaterra, e que depois traiu a atriz. Seja qual for a tragédia, ela tem alguma relação com a trajetória sombria do roteirista inglês. Não fosse essa relação, talvez Brittany estivesse viva e continuado a nos alegrar com sua jovialidade e talento brilhantes.
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