Que relação teria Brittany Murphy com o Modernismo, que no Brasil completa 100 anos amanhã? O que tem a ver mencionar uma atriz estadunidense na celebração de um evento como esse? Tem a ver com Antropofagia Cultural? O que uma "patricinha de Beverly Hills" tem em relação a isso?
Bem, a relação de Brittany Murphy com o Brasil é vaga. Ela disse ter sido fã de Astrud Gilberto. Deve ter conhecido o som de Caetano Veloso e os Mutantes. Disse que adoraria passar o Carnaval no Brasil. Pronunciou, num português estranhamente "fluente", a frase "Beijos, Brasil", numa entrevista para a MTV brasileira, em 2006.
Em Recém-Casados (Just Married) e Grande Menina, Pequena Mulher (Uptown Girls), ambos de 2003, há menções sobre o Brasil. No caso do filme da personagem Molly Gunn, o empresário do pai dela, o roqueiro Tommy Gunn, teria roubado seu dinheiro e fugido para o Brasil. E Brittany quase fez sua estreia no Brasil, pois, ao ser convidada para o elenco do filme Os Mercenários (The Expendables), algumas tomadas seriam feitas no país e certamente Britt visitaria o Brasil para divulgar o filme. Mas ela, infelizmente, recusou a participar e as circunstâncias foram desfavoráveis a ela.
Em todo caso, Brittany também tem relação com o Modernismo estrangeiro. Ela revelou ser fã do poeta concretista Edward Estlin Cummings, conhecido, com letras minúsculas, como e. e. cummings. E Brittany fez uma sessão de fotos para o New York Times de agosto de 2002 interpretando a poetisa alemã radicada nos EUA, a baronesa Elza Von Freytag-Loringhoven (1874-1927), expoente do dadaísmo, uma das tendências do Modernismo cultural.
Reprisamos a sessão de fotos que aqui publicamos com Brittany homenageando a baronesa Elza Von Freytag, com fotos de Jeff Riedel e estilo de Elizabeth Stewart. Mas antes, uma amostra de um poema de e. e. cummings e outro de Elza.
i carry your heart with me (1952)
e. e. cummings
i carry your heart with me (i carry it in
my heart) i am never without it (anywhere
i go you go, my dear; and whatever is done
by only me is your doing, my darling)
i fear
no fate (for you are my fate, my sweet) i want
no world (for beautiful you are my world, my true)
and it's you are whatever a moon has always meant
and whatever a sun will always sing is you
here is the deepest secret nobody knows
(here is the root of the root and the bud of the bud
and the sky of the sky of a tree called life; which grows
higher than soul can hope or mind can hide)
and this is the wonder that's keeping the stars apart
i carry your heart (i carry it in my heart)
ANCESTRY (1927)
Elza Von Freytag-Loringhoven
DAD WAS CORKSCREW
BOTTLE FAIR MA —
CRIED SHE:
"GEE!
THY SPIRAL-LOFTY BRILLIANCY —
SLICK———"
"LET'S HAVE A CORKING TIME"
SNAPPED HE —
PULLED CORK ———
AND —DAMN HIS PRICK
I'VE GOT THAT TURN IN ME
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